O Guarani
O Guarani é provavelmente a adaptação de original com o maior número de páginas, pois a maioria das adaptações literárias realizadas em história em quadrinhos foi de contos ou livros menores. O trabalho de Alencar saiu originalmente como folhetim, cujos trechos eram publicados periodicamente em jornal. Foi, portanto, uma experiência pioneira tanto na questão do romance histórico brasileiro, como também na forma moderna, industrial de entretenimento. Pelo perfil do personagem Peri, pode-se ver ali, um predecessor da obra de Edgar Rice Burroughs que lhe é posterior. O pioneirismo tem o seu preço e, sendo ainda muito incipiente a produção histórica brasileira até aquela data, é a fantasia um ingrediente importante em relação ao tema. Restaram também aspectos polêmicos em relação aos “vilões”, tais como os índios que o próprio Peri vem simbolizar, embora de uma outra forma, como o ‘de um outro tipo de índio’.
Na adaptação, o movimento, o ritmo gráfico, o grandioso, a intriga, os guerreiros, os combates, o romance, buscam evidenciar os elementos que muitos deixam de conhecer ou perceber na superficialidade ou ausência de contato com essa obra de duzentos anos atrás com seu texto magistral.