A revista Balão é um marco dos quadrinhos modernos brasileiro por seu pioneirismo, pela sua duração, número de participantes e número de profissionais importantes que lançou, entre eles Luiz Gê, Laerte, Chico e Paulo Caruso. Angeli publicou seus primeiros quadrinhos na Balão.
Nascendo em plena era Médici (Emílio Garrastazu Médici, o terceiro dirigente do período militar), o auge da repressão, da tortura e da censura, a Balão publicava uma material político e experimental que teve repercussão nacional, algo muito maior do que era de se esperar, tendo em vista a sua limitada tiragem. Ao contrário das revistas underground americanas, que focavam a crítica de costumes e de comportamento, a Balão se caracterizou muito mais por seu viés político e de guerrilha gráfica.
Na época, um desenhista que quisesse fazer quadrinhos tinha de se encaixar em algum gênero pré-existente e ser aceito por alguma editora que se dispusesse a publicar quadrinho nacional, o que era bem raro. Os desenhistas da Balão tinha a liberdade de escolher o tema que bem quisessem e isso propiciou o início de um tipo de quadrinha autoral que perdura até hoje.